terça-feira, 29 de dezembro de 2009

:]

"Namoros e romances interrompidos provocam uma irritante pergunta anos depois: como seria a minha vida se estivéssemos juntos? Novos relacionamentos não apagam a lembrança interrogativa. A marca. O número do telefone na agenda. A ausência de uma última chance. A esperança de um encontro acidental.
Um desejo pela metade ainda é um desejo inteiro. O amor não se encerra, se abandona. Amor com dedicação dos dois, e dedicação é compreensão, não pode dar errado. O que dá errado é o medo da responsabilidade, que gera cobrança."

A mais pura verdade...

E assim foi comigo...


Existem histórias que terminam assim: sem beijos doces, sem sorrisos gratuitos, sem final feliz. Existem histórias de amor sem aquele lindo desfecho com fogos de artifício, borboletas na barriga e lágrimas de emoção. Existem histórias de amor que simplesmente terminam, sem que nem mesmo termine o amor.

Sensacional esse texto :)

Não há vítima na briga, há dois agressores. Sou um deles. As pedras no bolso são versáteis, servem tanto para o suicídio como para o homicídio.
Nenhum dos dois quis mudar. Mudar era visto como piorar, infelizmente. Nos amamos o suficiente para morrer, não o suficiente para nascer de novo.
Não vou telefonar, não vou mandar torpedo, apesar da vontade imensa de reatar. O orgulho assumiu meu quarto. Conversa com ele agora. Com essa governanta das minhas desvalias, do meu guarda-roupa e sapatos. Estou de castigo, protegido, ausente, impedido de responder por mim. Se fosse responder, avisaria que dependo de você, que o desejo de volta. Infelizmente sou capacho de minha angústia. Piso em minhas palavras para limpar os pés da chuva.
O desamor é treino. Não existe desamor. Existe ensaio, simulação da indiferença, controle absurdo do cumprimento. Não que não sinta nada por você, sinto absolutamente tudo mais do que nunca e não consigo comunicar.
É esquisito ser sua ex. O corpo não aceita participar da greve de fome. No dia seguinte, sou sua ex-namorada. Acordei ex. Pronto. Na noite anterior, era a mulher mais importante da sua vida. Agora virei uma estranha, um engano. É excessivamente cruel. Largar uma história em comum sem nenhuma desintoxicação, tratamento, cuidado. Sem nenhuma ante-sala para Quando você ardia alguma angústia, dizia que logo passava.
Não passará logo. Fingirei. Fingirei que me darei melhor sozinho. É uma estrondosa mentira que também acreditará porque não tem escolha. Sou uma mesa para dois, serei sempre uma mesa para dois. Levarei minhas malas para ocupar a cadeira ao lado. Enfrentarei os questionamentos: "onde você anda?": nos lugares em que frequentávamos juntos. Explicarei que brigamos, escutarei dos amigos que é normal e que logo faremos as pazes, comentarei que é definitivo por educação e para não sofrer mais.
O ex mente, integralmente mente, complicado porque você me ensinou a gostar da verdade. Não tivemos filhos, não tivemos uma casa para dividir a partilha, não tivemos um cachorro para se procurar novamente. Não projetamos pretextos para a reconciliação, como esquecermos disso? Nosso amor não tem endereço como um circo, montado e desmontado na estrada.
Resisto a trocar a senha, aceito as migalhas da casualidade, não estou pronto, ninguém está pronto para se separar. O prazo é uma esperança disfarçada de adiamento.
Como dói o que não começou a doer. Não preciso de férias, preciso de outra vida.

O monte Cinco - Paulo Coelho

"Demorou muito para entender que não era bem isto. Há coisas que são colocadas em nossas vidas para nos reconduzir ao verdadeiro caminho de nossa Lenda Pessoal. Outras surgem para que possamos aplicar tudo aquilo que aprendemos. E, finalmente, algumas chegam para nos ensinar."

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

=)

"Ela também teve seu coração machucado. Dilacerado, imagino. Normal. Desse mal, meu bem, ninguém escapa. Mas o bom disso tudo é que agora consigo abrir meu coração sem rodeios. Sim, amei sem limites. Dei meu coração de bandeja. Sim, sonhei com casinhas, jardins e filhos lindos correndo atrás de mim. Mas tudo está bem agora, eu digo: agora. Houve uma mudança de planos e eu me sinto incrivelmente leve e feliz. Descobri tantas coisas. Tantas, Tantas. Existe tanta coisa mais importante nessa vida que sofrer por amor. Que viver um amor. Tantos amigos. Tantos lugares. Tantas frases e livros e sentidos. Tantas pessoas novas. Indo. Vindo. Tenho só um mundo pela frente. E olhe pra ele. Olhe o mundo! É tão pequeno diante de tudo o que sinto. Sofrer dói. Dói e não é pouco. Mas faz um bem danado depois que passa. Descobri, ou melhor, aceitei: eu nunca vou esquecer o amor da minha vida. Nunca. Mas agora, com sua licença. Não dá mais para ocupar o mesmo espaço. Meu tempo não se mede em relógios. E a vida lá fora, me chama!"

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Um amor saudavél...

Um amor saudável traz outra cara pra sua vida. Pensava esses dias sobre como tenho sido mais humana desde que descobri que, para ser feliz é necessário mesmo deixar de ser triste.Tenho entendido cada vez mais que estar junto é realmente querer estar ao lado de alguém, sem precisar fazer disso uma disputa consigo mesmo, uma luta contra céus e terras, transformando esse sentimento em um fardo tão pesado, que quase nunca compensa a conquista. Tenho entendido também que a felicidade é tão breve que a gente precisa renová-la todos os dias, com reconhecimento, fidelidade e principalmente entrega. Essa coisa de esperar retornos é tão cansativa quanto carregar o mundo nas costas.Com o passar dos anos e desses meus últimos meses, me afastei tão amplamente da minha antiga visão de amor, tão macabra quanto a morte da bezerra. Amor não é como um vestibular, que você gasta a energia que não tem pra ser aprovada e, quando consegue, tem que arrastar o mundo pra se manter em atividade. Devo dizer que tenho me sentido tão a vontade, tão livre, leve e solta sem precisar estar só. Essa coisa de 'completude' existe, acredite! Não que você precise de alguém para ser inteira. Mas alguém nesse mundo é capaz de te mostrar partes de si que você jamais descobriria sozinha.

Os amigos invisiveis ...

Os amigos não precisam estar ao lado para justificar a lealdade. Mandar relatórios do que estão fazendo para mostrar preocupação.
Os amigos são para toda a vida, ainda que não estejam conosco a vida inteira. Temos o costume de confundir amizade com onipresença e exigimos que as pessoas estejam sempre por perto, de plantão. Amizade não é dependência, submissão. Não se têm amigos para concordar na íntegra, mas para revisar os rascunhos e duvidar da letra. É independência, é respeito, é pedir uma opinião que não seja igual, uma experiência diferente.
Se o amigo desaparece por semanas, imediatamente se conclui que ele ficou chateado por alguma coisa. Diante de ausências mais longas e severas, cobramos telefonemas e visitas. E já se está falando mal dele por falta de notícias. Logo dele que nunca fez nada de errado!
O que é mais importante: a proximidade física ou afetiva? A proximidade física nem sempre é afetiva. Amigo pode ser um álibi ou cúmplice ou um bajulador ou um oportunista, ambicionando interesses que não o da simples troca e convívio.
Amigo mesmo demora a ser descoberto. É a permanência de seus conselhos e apoio que dirão de sua perenidade.
Amigo mesmo modifica a nossa história, chega a nos combater pela verdade e discernimento, supera condicionamentos e conluios. São capazes de brigar com a gente pelo nosso bem-estar.
Assim como há os amigos imaginários da infância, há os amigos invisíveis na maturidade. Aqueles que não estão perto podem estar dentro. Tenho amigos que nunca mais vi, que nunca mais recebi novidades e os valorizo com o frescor de um encontro recente. Não vou mentir a eles vamos nos ligar?! num esbarrão de rua. Muito menos dar desculpas esfarrapadas ao distanciamento.
Eles me ajudaram e não necessitam atualizar o cadastro para que sejam lembrados. Ou passar em casa todo o final de semana e me convidar para ser padrinho de casamento, dos filhos, dos netos, dos bisnetos. Caso encontrá-los, haverá a empatia da primeira vez, a empatia da última vez, a empatia incessante de identificação. Amigos me salvaram da fossa, amigos me salvaram das drogas, amigos me salvaram da inveja, amigos me salvaram da precipitação, amigos me salvaram das brigas, amigos me salvaram de mim.
Os amigos são próprios de fases: da rua, do Ensino Fundamental, do Ensino Médio, da faculdade, do futebol, da poesia, do emprego, da dança, dos cursos de inglês, da capoeira, da academia, do blog. Significativos em cada etapa de formação. Não estão em nossa frente diariamente, mas estão em nossa personalidade, determinando, de modo imperceptível, as nossas atitudes.
Quantas juras foram feitas em bares a amigos, bêbados e trôpegos? Amigo é o que fica depois da ressaca. É glicose no sangue. A serenidade.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O amor no colo

A dor não pede compreensão, pede respeito. Não abandonar a cadeira, ficar sentado na posição em que ela é mais aguda.
Vejo homens que não têm coragem de terminar o relacionamento. Que não esclarecem que acabou. Que deixam que os outros entendam o que desejam entender. Que preferem fugir do barraco e do abraço esmurrado. Saem de mansinho, explicando que é melhor assim: não falar nada, não explicar, acontece com todo mundo.
Encostam a porta de sua casa (não trancam) e partem para outra vida.
Não é melhor assim. Não tem como abafar os ruídos do choro. O corpo não é um travesseiro. Seca com os soluços.
Não é melhor assim. Haverá gritos, disputa, danos. É como beber um remédio, sem empurrar a colher para longe ou moldar cara feia. É engolir o gosto ruim da boca, agüentar
desgosto da falta do beijo.
Será idiota recitar Vinicius de Moraes: "que seja infinito enquanto dure". A despedida não é lugar para poesia.
Haverá uma estranha compaixão pelo passado, a língua recolhendo as lágrimas, o rosto pelo avesso. Haverá sua mulher batendo em seu peito, perguntando: "Por que fez isso comigo?"
Haverá a indignação como última esperança. Haverá a hesitação entre consolar e brigar, entre devolver o corte e amparar.

Vejo homens que somente encontram força para seduzir uma mulher, não para se distanciar dela. (...)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

...

Além de tudo, não é assim tão ruim viver só.
Eu vivo bem, decidindo a cada instante o que desejo fazer, e graças a solidão conheço-me... o que é fundamental para viver.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O amor não acaba, nós que mudamos.

O amor não acaba, nós é que mudamos

Um homem e uma mulher vivem uma intensa relação de amor, e depois de alguns anos se separam, cada um vai em busca do próprio caminho, saem do raio de visão um do outro. Que fim levou aquele sentimento? O amor realmente acaba?

O que acaba são algumas de nossas expectativas e desejos, que são subtituídos por outros no decorrer da vida. As pessoas não mudam na sua essência, mas mudam muito de sonhos, mudam de pontos de vista e de necessidades, principalmente de necessidades. O amor costuma ser amoldado à nossa carência de envolvimento afetivo, porém essa carência não é estática, ela se modifica à medida que vamos tendo novas experiências, à medida que vamos aprendendo com as dores, com os remorsos e com nossos erros todos. O amor se mantém o mesmo apenas para aqueles que se mantém os mesmos.

Se nada muda dentro de você, o amor que você sente, ou que você sofre, também não muda. Amores eternos só existem para dois grupos de pessoas. O primeiro é formado por aqueles que se recusam a experimentar a vida, para aqueles que não querem investigar mais nada sobre si mesmo, estão contentes com o que estabeleceram como verdade numa determinada época e seguem com esta verdade até os 120 anos. O outro grupo é o dos sortudos: aqueles que amam alguém, e mesmo tendo evoluído com o tempo, descobrem que o parceiro também evoluiu, e essa evolução se deu com a mesma intensidade e seguiu na mesma direção. Sendo assim, conseguem renovar o amor, pois a renovação particular de cada um foi tão parecida que não gerou conflito.

O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa.

A mulher é verdadeiramente MARAVILHOSA.

'Sim, ela é! A mulher tem forças que maravilham os homens. Agüentam dificuldades, carregam grandes cargas físicas e emocionais, porém, têm amor e sorte. Sorriem, quando querem gritar.
Cantam, quando querem chorar. Choram, quando estão felizes e riem, quando estão nervosas.
Lutam pelo que acreditam. Enfrentam a injustiça. Não aceitam 'não' como resposta, quando elas acreditam que haja uma solução melhor. Se privam, para que sua família possa ter algo.
Vão ao médico com uma amiga que tem medo de ir. Amam incondicionalmente.
Choram quando seus filhos triunfam e se alegram quando suas amizades conseguem prêmios.
São felizes, quando ouvem falar de um nascimento ou casamento. Seu coração se despedaça, quando morre uma amiga. Sofrem com a perda de um ser querido, mas são ainda mais fortes quando
pensam que já não há mais forças. Sabem que um beijo e um abraço podem ajudar a curar um coração ferido. Porém, há um defeito incorrigível na mulher:
'É que ela se esquece o quanto vale.'

O ser humano, quanto mais humano, menos se revela..

Exigem-nos respostas a toda hora: por que clareamos o cabelo, por que lemos o jornal de trás pra frente, por que nos desvalorizamos na frente do ser amado. Não sabemos. Somos o que somos, com nossas manias e imperfeições, nossas qualidades e contradições. É quase impossível observar a riqueza de detalhes que nos torna quem somos, imagine ainda ter que prestar contas disso para outra pessoa. É fácil pensar que se conhece a Madonna através de meia dúzia de entrevistas superficiais, mas o ser humano, quanto mais humano, menos se revela.

=)

Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e os maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo. Isso é que libera a gente para ser feliz de novo.

Mulher tem faro...

Mulher tem faro, não se contenta com a embalagem. É bem mais comum ver uma mulher linda acompanhada de um homem aparentemente sem graça do que o contrário. Não é (só) porque a concorrência é implacável e nos contentamos com o que sobra. É porque mulher tem raio-x: consegue olhar o que se esconde lá dentro. Se além de um belo coração e um cérebro em atividade ele ainda for apetecível, é lucro. Pena que a recíproca raramente seja verdadeira. Economizaríamos fortunas em cabeleireiros e academias se os homens fossem direto ao que interessa, na alma e no espírito, para os quais não adianta maquiagem.

Por Paulo Coelho ...

"Não existe nada de completamente errado no mundo, mesmo um relógio parado, consegue estar certo duas vezes por dia."

~

Já sonhei muito, deixei alguns sonhos pra trás. Vivi momentos ótimos, outros nem tão bons assim. Emocionei-me com pequenas coisas, ignorei grandes acontecimentos. Quis várias coisas, algumas eu consegui, outras ainda estou tentando, muitas eu já desisti. Ridicularizei alguns por suas atitudes, já fui ridicularizado por meus medos e pensamentos. Ri muito de coisas boas, e também só pra não chorar. Conheci pessoas que deixam saudade, outras que prefiro nem lembrar que conheci. Fiz amigos que se perderam no tempo e outros, que ainda estão comigo. Conheço pessoas que defenderia de qualquer forma, outras pisaria em cima. Julguei pessoas que erraram, e fui julgado por meus erros. (Fingi acreditar em algo inacreditável). Precisei de alguém perto de mim, e precisei ficar sozinho muito tempo. Me desiludi a ponto de pensar que nunca mais poderia acreditar em ninguém. Aconteceram coisas maravilhosas, com grandes conseqüências.(Apareceram pessoas em minha vida que me fizeram sofrer, mas me mostraram que a vida é sempre assim, alguns vão simplesmente me enganar, outros podem até me amar). Mesmo aprendendo tantas coisas, eu sei que ainda posso cair em muitos enganos. Conheço caminhos certos e errados, e mesmo assim as vezes acabo indo pelo errado. Sensível em algumas situações, e forte em outras. Posso perdoar com facilidade, e com essa mesma facilidade posso querer me vingar. Sei que posso me divertir com coisas simples, sei também que um dia tudo isso que eu penso hoje, pode mudar completamente. Posso dizer que sou simplesmente comum, como qualquer outra pessoa. Nem sempre errado, e as vezes certo, ou talvez quem vai me dizer o que é certo e errado? Eu posso até aceitar, da mesma forma como eu posso apenas ignorar.

...

"Dois são os testes mais duros no caminho espiritual: A paciência para esperar o momento certo, e a sabedoria de não se decepcionar com o que se encontra..."

domingo, 13 de dezembro de 2009

'Chorar é algo que se faz em casamentos e funerais.. Não nas noites de sábado!'

sábado, 12 de dezembro de 2009

Dentro de mim ...

Dentro de mim há pensamentos demais, o que torna tudo meio apertado, mas tenho tentado dar uma arrumada nessas ideias para que cada uma fique na sua gaveta.
Há também sentimentos demais, mas de forma alguma vou expulsá-los, deixo que circulem à vontade pelo meu corpo.
Dentro de mim as estações são bem definidas: verão é verão, inverno é inverno.
Toca música aqui dentro quase o tempo todo, e há uma satisfação secreta que precisa se manter secreta para não passar por boba. Há crianças e adultos dentro de mim, todos da mesma idade.
Aqui dentro existe uma praia e uma montanha coladas uma na outra, parece até Rio de Janeiro, só que os tiroteios são raros. O último bangue-bangue emocional que metralhou minha alma faz quase um ano.
Dentro de mim estão muitas lágrimas que não foram choradas pra fora e muitos sorrisos que, de tão íntimos também guardei.
Dentro de mim, às vezes, são produzidas algumas cenas sofisticadas e roteiros de filme B. Como não gostar de viver aqui dentro?
E você, tem sido um bom hospedeiro de si mesmo?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Dor da Saudade

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

Martha Medeiros
Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, nos bares, levanta
os braços, sorri e dispara: ´eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e
todo mundo é meu também´.
No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos
descompromissados, os adeptos da geração ´tribalista´ se dirigem aos
consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e
reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.
A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.
Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso
comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como:
não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.
Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor.
Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser
cuidado por ele, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia
para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e
receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter ´alguém para amar´.. Somos livres para optarmos! E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento...

Arnaldo Jabor

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Felicidade Realista (Martha Medeiros)

A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.
Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguem nessa procura.
Arrependa-se, volte atras, peça perdão! NÃo se acostume com o que não o faz feliz. Revolte-se quando julgar necessario. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, nao se perca! Se o achar, segure-o!

Distancia..

"Esta é a distância que faz a vida um pouquinho difíci.l Duas mentes que primeiro estavam perto, agora a tantas milhas de distância. No entanto eu não falharei, eu me seguro na sua esperança. A salvo de volta onde você pertence, e ver como nosso amor está crescido... Você não está sozinho, eu esperarei até o final do tempo ..."